sábado, 5 de março de 2011

A bondade segundo Virginia Woolf


IMAGEM: Virginia Woolf

Eras transcorreram;
a vegetação apareceu;
onde há vegetação, a lei da Natureza decreta que devam existir coelhos;
e,
onde existem coelhos,
a Providência Divina ordena que existam cães.

Não há nada nesta afirmação que suscite questionamentos ou comentários.
Mas as dúvidas e as dificuldades surgem ao nos perguntarmos
por que o cão que capturou o coelho foi chamado de Spaniel.

Alguns historiadores dizem que,
quando os cartagineses aportaram na Espanha,
os soldados rasos gritavam em uníssono:
"Span! Span!"
— já que coelhos disparavam como flechas
do interior de todas as moitas e arbustos.

Os coelhos davam vida àquela terra.
E span,
na língua dos cartagineses,
significa coelho.

Assim, a terra foi batizada de Hispania,
ou seja,
"coelhândia".

E os cães,
que vinham sempre no encalço dos coelhos,
foram apelidados de spaniels,
ou
"cães-coelheiros".




Eis a bondade em forma de cão.
Um livro para se contemplar nas férias,
ou por quem precisa de férias.

Flush é um cão-coelheiro (cocker spaniel),
um alento | frescor | contentamento
às boas almas.

Boa leitura!

vide a sinopse em 'Comentários'

Um comentário:

Palavras na Brisa Noturna disse...

Flush: Memórias de um Cão
Virginia Woolf

Coleção: POCKET, V. 351
Autor: WOOLF, VIRGINIA
Editora: L&PM EDITORES
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - ROMANCES

A obra é a biografia de um cão que mostra aventuras e mistérios da existência percebidos através dos olhos do melhor amigo do homem. O personagem central dessa história é um cocker spaniel de origem inglesa, Flush. Em pleno processo de apreensão do mundo e de si mesmo, ele ama tanto os raios de sol quanto um pedaço de rosbife, a companhia de cadelinhas malhadas assim como a companhia de seres humanos, o cheiro de campos abertos tanto quanto ruas cimentadas e o burburinho da cidade. A autora tece comentários sobre a sociedade inglesa e vitoriana e seus valores.